Bactérias inseridas nos alimentos: benefícios e tempo de validade

23.09.2019

Espaço saúde

Um alimento pode ser considerado funcional se for demonstrado que o mesmo pode gerar benefícios a uma ou mais funções no corpo, além de possuir as adequadas funções nutricionais, de maneira que seja tanto importante para o bem-estar e a saúde quanto para a redução do risco de uma doença. Os alimentos funcionais são alimentos que combinam produtos comestíveis com algumas moléculas que geram benefícios, como forma de corrigir distúrbios, resultando em redução dos riscos de doenças e manutenção da saúde. No Brasil, o Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), regulamentou os Alimentos Funcionais através de resoluções.

A importância do papel da flora intestinal (bactérias naturais do intestino, que possuem efeitos positivos) na manutenção da saúde e prevenção de doenças é bastante reconhecida. Distúrbios desse delicado equilíbrio podem gerar outras desordens e facilitar o estabelecimento de doenças.

Em conjunto aos efeitos benéficos já comprovados, esses microrganismos ainda podem ser utilizados para conferir aroma, sabor e textura aos produtos alimentícios, além de auxiliarem na conservação dos mesmos.

Além dos benefícios funcionais que entregam ao organismo humano, também são utilizadas para aumentar a vida de prateleira (tempo decorrido entre a produção, embalagem e distribuição do produto até o ponto em que este se torne inaceitável ao consumo) dos produtos.

Em um estudo brasileiro, por exemplo, avaliou a vida de prateleira de leites fermentados adicionados de probióticos e observou que os produtos mantiveram os valores mínimos aceitáveis de probióticos por 21 dias, refrigerados a 4°C. Outros estudos estabeleceram 28 dias como tempo ideal de vida de prateleira ao estudar bebidas lácteas com baixo teor de gorduras.

O leite e seus derivados são os alimentos ideais para a adição de probióticos, por se caracterizarem como meio de cultura preferencial para o crescimento desses microrganismos.

A empresa Santa Clara conta com a linha SanBIOS, que oferece bebida láctea e queijo. É considerado um produto funcional, elaborado a partir de matérias-primas selecionadas. Contém Bifidobacterium animallis subespécie B. lactis, que é um probiótico que contribui para o equilíbrio da flora intestinal.

Os benefícios relacionados à ingestão de probióticos, e consequentemente do SanBIOS, já foram testados e aprovados por consumidores, médicos, nutrólogos, nutricionistas e profissionais da saúde, como pela própria Organização Mundial da Saúde. Recomenda-se que seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis.


Abaixo seguem informações dos benefícios destes alimentos na saúde:

• Ajudam na manutenção da flora intestinal.
• Inibem o crescimento de bactérias patogênicas para o organismo, devido ao crescimento de bifidobactérias.
• Produzem substâncias que estimulam o sistema imunológico.
• Estimulam a mobilidade intestinal, melhorando casos de constipação.
• Atuam na prevenção de doenças como o câncer de cólon.
• Aumentam a biodisponibilidade do cálcio, prevenindo osteoporose.


Referências:
1. Zacarchenco PB, Massaguer-ROig S. Avaliação sensorial, microbiológica e de pós-acidificação durante a vida-de-prateleira de leites fermentados contendo Streptococcus thermophilus, Bifidobacterium longum e Lactobacillus acidophilus. Ciênc. Tecnol. Aliment.. 2004;24(4):386-393.
2. Vinderola CG, Prosello W, Ghiberto D, Reinheimer JA. Viability of probiotics (Biidobacterium, L. acidophilus e L. casei) and non probiotic microflora in Argentinian fresco cheese. Journal Dairy Science. 2000;83(9):1905-1911.
3. Informações retiradas de meio eletrônico: http://www.coopsantaclara.com.br/
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n. 18, de 30 de abril de 1999. Aprova o Regulamento Técnico que Estabelece as Diretrizes Básicas para Análise e Comprovação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de Alimentos. Brasília, 1999.
5. GAZZONI, D. L. Alimentos funcionais. Embrapa soja, Londrina, maio 2003. Disponível em: Homepage.
6. HASLER, C. M. Functional foods: their role in disease in: developing new food products for a changing prevention and health promotion. Food Technology. v. 52, n. 2. p. 57-62, 1998.

Nutr. Renata Boscaini David
IPGS – Instituto de Pesquisa, Ensino e Gestão em Saúde